"Quem canta reza duas vezes”, ou ainda “Cantar é próprio de quem ama”, já dizia Santo Agostinho se referindo à importância da música na vida de todos. A música litúrgica é parte importante da celebração, que expressa a vibração dos sentimentos na missa. Quem participa da liturgia da igreja deve se deixar levar, vibrar e exultar com todo o seu ser.
De acordo com o setor de música litúrgica da CNBB, o canto litúrgico brota da vida da comunidade de fé e tem o papel pedagógico de levar a comunidade celebrante a penetrar mais profundamente o mistério de Cristo. Do ponto de vista litúrgico a música traz consigo o selo da participação comunitária e está a serviço da palavra, emprestando-lhe sua força e motivação. Ela expressa o mistério pascal de Cristo, de acordo com o tempo litúrgico e suas festas.
José Reinaldo Martins Filho é membro da comissão de liturgia e música da Arquidiocese de Goiânia e, para ele, a melodia e o acompanhamento instrumental não podem abafar o que a letra quer nos dizer. “Em primeiro lugar, devemos priorizar a letra de nossos cantos, sua fundamentação bíblica e a inspiração teológica da poesia. Antes da música é a letra quem fala e, por isso, precisa ser evidenciada, compreendida, ouvida e digerida, pois só assim dará frutos. Em segundo lugar, a música deve convidar à oração.
Uma música bem executada alcança o mais profundo do ser humano”, afirma. A música pode ser encontrada em diversos episódios na História da Salvação. Houve música e canto após a travessia do mar Vermelho, na recepção de Davi, na inauguração do Templo do Senhor. Nos Salmos ouvimos o canto do povo escolhido, convertido em preces de adoração, súplica, louvor e gratidão. No Novo Testamento os cantos de Hosana receberam Jesus Cristo em Jerusalém.
Para José Reinaldo o ministério do canto não é algo para si ou para o próprio engrandecimento e, sim, antes de tudo, um serviço prestado em prol da comunidade, um exercício ministerial, de gratuidade e doação.
O catecismo da Igreja Católica relata que quando nos dirigimos a Deus, fica sempre um resto que não se disse ou não se conseguiu dizer. Dessa forma, a música pode substituir-nos e a linguagem converte-se em canto.
Os papas e a música
O papa João Paulo II relatou em carta sobre a música litúrgica: “Os vários momentos litúrgicos exigem, de fato, uma expressão musical própria, sempre apta a fazer emergir a natureza própria de um determinado rito, ora proclamando as maravilhas de Deus, ora manifestando sentimentos de louvor, de súplica ou ainda de melancolia pela experiência da dor humana, uma experiência, porém, que a fé abre à perspectiva da esperança cristã. É um direito da comunidade dos fi éis que, sobretudo na celebração dominical, haja uma música sacra adequada e idônea.”
Já o papa Bento XVI lançou em 2010 o livro “Elogiar a Deus com a arte”, no qual expressa sua paixão pela música e faz uma reflexão sobre arte, liturgia e teologia. No livro o Santo Padre agradece aos músicos que tocam para ele nas audiências e atos ofi ciais e comenta: “A beleza das criações artísticas é uma estupenda maneira de chegar a Deus. Há uma profunda relação entre a música e a esperança, entre o canto e a vida eterna: não em vão a tradição cristã mostra os espíritos beatos enquanto cantam em coro, tomados e extasiados da beleza de Deus.”,
Fonte: Arquidiocese de Goiânia
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